segunda-feira, 2 de maio de 2011

João Paulo II: ensinamentos que revelam sua alma

A boca fala da abundancia do coração... As frases publicadas abaixo
revelam mais algo daquilo que abundava no coração de João Paulo II.
Conheça um pouco mais da alma desse Servo de Deus: é um modo
de entender porque a Igreja o considera Beato.

Sobre a Oração

1 - É hora de redescobrir, queridos irmãos e irmãs, o valor da oração, sua força misteriosa, sua capacidade de voltar a nos conduzir a Deus e de nos introduzir na verdade radical do ser humano.

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2 - Em nossas noites físicas e morais, (pela oração) se tu estás presente, e nos amas, e nos falas, já nos basta, embora muitas vezes não sentiremos o consolo.

3 - Quando um homem ora, coloca-se perante Deus, perante um Tu, um Tu divino, e compreende ao mesmo tempo a íntima verdade de seu próprio eu: Tu divino, eu humano, ser pessoal criado a imagem de Deus.

A Santíssima Eucaristia

1 - "O Santo Sacrifício da Missa quer ser também a celebração festiva da nossa salvação". 29.09.79

2 - "O culto eucarístico brota do amor e serve ao amor, para o qual todos nós somos chamados em Cristo Jesus. E fruto vivo desse mesmo culto é o aperfeiçoamento da imagem de Deus que trazemos em nós, imagem que corresponde àquela que Cristo nos revelou. Tornando-nos assim "adoradores do Pai em espírito e verdade", nós amadurecemos numa, cada vez mais, plena união com Cristo, estamos mais unidos a Ele". 24.02.1980

3 - "E Eucaristia é grande apelo para a conversão. Sabemos que ela é convite para o Banquete; que, alimentando-nos com a Eucaristia, recebemos o Corpo e o Sangue de Cristo, sob as aparências do pão e do vinho. E precisamente porque é convite, a Eucaristia é e continua a ser apelo para a conversão". 29.09.79

4.- "Numa plena e ativa participação no Sacrifício Eucarístico e na vida litúrgica completa da Igreja, todo o povo encontra a primeira e indispensável fonte do verdadeiro espírito cristão. Na Eucaristia encontra a força que o torna capaz de dar ao mundo o testemunho de vida." 26.04.79

Sobre a Santa Virgem Mãe de Deus

1 - "O dogma da maternidade divina de Maria foi para o Concílio de Éfeso e é para a Igreja como um selo do dogma da Encarnação na qual o Verbo assume realmente, na unidade de sua pessoa, a natureza humana sem, anulá-la".

2 - "Maria é 'cheia de graça', porque a Encarnação do Verbo, a união hipostática do Filho de Deus com a natureza humana, se realiza e cumpre precisamente nela".

3 - "O ir ao encontro das necessidades do homem significa, ao mesmo tempo, sua introdução no raio de ação da missão messiânica e do poder salvador de Cristo. Por conseguinte, sucede uma mediação: Maria se põe entre seu Filho e os homens na realidade de suas privações, indigências e sofrimentos. Se põe "no meio", ou seja, se faz mediadora não como uma pessoa desconhecida, senão no seu papel de mãe, consciente de que como tal pode - melhor "tem o direito de" - fazer presente ao Filho as necessidades dos homens".

4 - "A Mãe de Cristo se apresenta diante dos homens como porta-voz da vontade do Filho, indicadora daquelas exigências que devem cumprir-se para que possa ser manifestado o poder salvador do Messias".

5 - "Em Caná, mercê da intercessão de Maria (...), Jesus começa sua hora. Em Caná Maria aparece como a que crê em Jesus, sua fé provoca o primeiro "sinal" e contribui para despertar a fé dos discípulos ".

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6 - "A missão maternal de Maria junto aos homens, de nenhuma maneira escurece nem diminui a única mediação de Cristo, pelo contrário, mostra sua eficácia. Esta função maternal brota, segundo o privilégio de Deus, da sobreabundância dos méritos de Cristo... dela depende totalmente e dela extrai toda a sua virtude." (Redentoris Mater- 4, 9, 21, 22)

O Rosário da Santíssima Virgem

1 - "Em sua simplicidade e profundidade, continua sendo também neste terceiro Milênio apenas iniciado uma oração de grande significado, destinada a produzir frutos de santidade."

2 - "O Rosário é uma oração centrada na cristologia. Na sobriedade de suas partes, concentra em si a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é como um compêndio".

3 - "Com o Rosário o povo cristão aprende de Maria a contemplar a beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor."

4 - "Pelo Rosário, o fiel obtém abundantes graças, como recebendo-as das próprias mãos da Mãe do Redentor."

5 - "Esta oração teve um papel importante em minha vida espiritual desde minha juventude. O Rosário me acompanhou nos momentos de alegria e nos de tribulação. A ele confiei tantas preocupações e nele sempre encontrei consolo."

6 - "Há vinte e quatro anos, no dia 29 de outubro de 1978, duas semanas depois da eleição à Sede de Pedro, como abrindo minha alma, expressei-me assim: «O Rosário é minha oração predileta. Prece maravilhosa! Maravilhosa em sua simplicidade e em sua profundidade." [...] Hoje, no início do vigésimo quinto ano de serviço como Sucessor de Pedro, quero fazer o mesmo. Quantas graças recebi da Santíssima Virgem através do Rosário nestes anos: Magnificat anima mea Dominum! Desejo elevar meu agradecimento ao Senhor com as palavras de sua Mãe Santíssima, sob cuja proteção coloquei meu ministério petrino: Totus tuus!"

7 - "No marco de uma pastoral mais ampla, fomentar o Rosário nas famílias cristãs é uma ajuda eficaz para contrastar os efeitos desoladores desta crise atual."

8 - "Numerosos sinais mostram como a Santíssima Virgem exerce também hoje, precisamente através do Rosário, aquela solicitude materna para com todos os filhos da Igreja que o Redentor, pouco antes de morrer, confiou-lhe na pessoa do predileto: «Mulher, eis aí o teu filho!» (Jo 19, 26)."

9 - "Maria vive olhando a Cristo e tem em mente cada uma de suas palavras: « Guardava todas estas coisas, e as meditava em seu coração » (Lc 2, 19; cf. 2, 51). As memórias de Jesus, impressas em sua alma, a acompanharam em todos os momentos, levando-a a percorrer com o pensamento os diversos episódios de sua vida junto ao Filho. Foram aquelas lembranças que constituíram, em certo sentido, o 'rosário' que Ela recitou constantemente nos dias de sua vida terrena."

"Quando recita o Rosário, a comunidade cristã está em sintonia com a memória e com o olhar de Maria."

10 - "Percorrer com Maria as cenas do Rosário é como ir à 'escola' de Maria para ler a Cristo, para penetrar em seus segredos, para entender sua mensagem." "O Rosário promove este ideal, oferecendo o 'segredo' para abrir-se mais facilmente a um conhecimento profundo e comprometido de Cristo. Poderíamos chamar o Rosário de Caminho de Maria."

Vida Consagrada

1 - O chamamento para seguir o caminho dos conselhos evangélicos nasce do encontro íntimo com o amor de Cristo, que é amor redentor. Quando Cristo, «depois de vos ter fitado, vos amou», chamando cada um e cada uma de vós, amados Religiosos e Religiosas, aquele seu amor redentor foi dirigido a uma determinada pessoa, adquirindo ao mesmo tempo características esponsais: tornou-se amor de eleição. Tal amor abrange a pessoa toda, alma e corpo, seja homem ou mulher.

2 -"A Profissão religiosa coloca no coração de cada um e cada uma de vós, queridos Irmãos e Irmãs, o amor do Pai; aquele amor que há no coração de Jesus Cristo, Redentor do mundo. Este é um amor que abarca o mundo e tudo o que nele vem do Pai e que ao mesmo tempo deve vencer no mundo tudo o que «não vem do Pai".

3 - "O consagrado é aquele que afirma e vive em si mesmo o senhorio absoluto de Deus, que quer ser tudo em todos". (Exortação Apostólica Redemptionis Donum- 25-março-1984)

Frases sobre assuntos variados

1 - "Nem todos estão chamados a ser artistas no sentido específico da palavra. Entretanto, segundo a expressão do Gênesis, a cada homem é confiada a tarefa de ser artífice da própria vida; de certo modo, deve fazer dela uma obra de arte, uma obra-prima."

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2 - "A Igreja de hoje não precisa de "cristãos em tempo parcial", mas sim de cristãos em tempo integral!"

3 - "A Igreja é a carícia do amor de Deus ao mundo."

4 - "A juventude não é apenas um período de vida (...), mas uma qualidade de alma que se caracteriza precisamente por um idealismo que se abre para o amanhã."

5 - "A pior prisão é um coração fechado."

6 - "A terceira idade é uma dádiva de Deus e chegar a ela é um privilégio."

7 - "A vocação do cristão é a santidade, em todo momento da vida. Na primavera da juventude, na plenitude do verão da idade madura, e depois também no outono e no inverno da velhice, e por último, na hora da morte."

8 - "Afeta-me qualquer ameaça contra o homem, contra a família e a nação. Ameaças que têm sempre sua origem em nossa debilidade humana, na forma superficial de considerar a vida."

9 - "Amar é o contrário de utilizar."

10 - "Deus não é um ser indiferente ou longínquo, pois não estamos abandonados a nós mesmos."

11 - "Deus se deixa conquistar pelo humilde. E recusa a arrogância do orgulhoso."

12 - "Em realidade, todas as coisas, todos os acontecimentos, para quem sabe lê-los com profundidade, encerram uma mensagem que, em definitivo, remete a Deus."

13 - "Os meios de comunicação acostumaram certos setores sociais a escutar o que "afaga os ouvidos"."

14 - Se queres a paz, trabalha pela justiça. Se queres a justiça, defende a vida. Se queres a vida, abraça a verdade, a verdade revelada por Deus."

15 - "Quando o homem se põe como medida de todas as coisas, converte-se em escravo de sua própria finitude."

16 - "Rico, de fato, não é aquele que tem, mas aquele que dá."

Ele anunciava o Senhor

Muito já se disse sobre as viagens feitas pelo Servo de Deus João Paulo II durante o seu pontificado de quase três décadas. Mas a quantidade de escritos não foi ainda suficiente para tratar de todos os aspectos que cada viagem traz em si. O assunto não está de todo esgotado.

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Até hoje, dentre os homens públicos que mais viajaram, nenhum deles foi tão popular e influenciou tanto quanto este religioso que tinha como plataforma para suas pregações o altar de uma Igreja ou o púlpito em uma cerimônia religiosa.

Fazendo agora parte da História, falar dessas viagens, na variedade de seus aspectos, continua tendo atualidade. Sobretudo, nas vésperas da cerimônia de Beatificação do protagonista daquilo que foi uma verdadeira peregrinação internacional.

Na realidade, João Paulo II não foi o primeiro Papa a deixar o Vaticano, ultrapassar seus históricos muros e ir longe "apascentar seus cordeiros", "buscando as ovelhas perdidas" e cuidando daquelas "que se trasmalharam". Outros Papas também viajaram: Paulo VI, por exemplo.

Porém, quanto ao número de viagens, países percorridos e povos visitados, ninguém supera o "Papa que veio de longe". Suas viagens, na maioria das vezes, transcorreram sem maiores incidentes ou problemas. Mas eles existiram. Quando não eram problemas, vinham os embaraços como o acontecido em Dili (Timor Leste), em 1989.

Sempre que descia do avião que o transportava a um país, João Paulo II beijava o solo da nação que o acolhia. Como fazer em Dili, uma colonia portuguesa ocupada pela Indonésia? Se beijasse a terra estaria reconhecendo a independência, se não a beijasse estaria admitindo a invasão...

Seus acompanhantes não sabiam o que fazer, mas ele soube: beijou um crucifixo estendido sobre a terra. Era como deveria fazer "aquele que vem em nome do Senhor"!

Talvez as próprias palavras dele, ditas quando visitava uma paróquia de Roma, possam explicar um pouco o porque de tantas viagens:

Numa manhã de janeiro, ainda em 1980, um menino de 11 anos perguntou a João Paulo II:

- "Santo Padre, por que o senhor está sempre viajando pelo mundo?" - Com toda solicitude paterna, o Sumo Pontífice respondeu a seu pequeno e respeitoso inquiridor:

- "O Papa viaja tanto porque nem todo mundo está em Roma."

Estaria nessa resposta a verdade inteira? Ou ela não seria apenas uma afirmação que o menino seria capaz de entender em sua simplicidade? Não há impedimento para que também um adulto pudesse cogitar outras perguntas que poderiam ser feitas ao Papa:

"Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho!". Seria essa afirmação de São Paulo (I Cor. 9,1) a fonte de tanta energia e entusiasmo que Vossa Santidade demonstra em suas caminhadas pelo mundo?

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O Papa João Paulo II, procedente de Cracóvia,
depois de concluir sua 98ª viagem em
quase 24 anos de Pontificado,
em 2002

Ou, ainda outra pergunta possível:

Será que o impulso que move o Sucessor de Pedro em sua inesgotável capacidade de viajar, buscar almas e realizar seu trabalho apostólico é um ato de obediência ao mandato de Nosso Senhor Jesus Cristo: "Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura! (Mc 16,15-18).

Não se tem uma resposta do Papa para essas perguntas que nenhum adulto lhe fez. Mas, pelo conhecimento que se tem do modo de ser, da personalidade e vida de Karol Wojtyla, qualquer um pode conjecturar como seria sua resposta...

Sobre essas peregrinações, caminhadas ou jornadas apostólicas que fazia fora do Vaticano, a certeza que podemos ter é que, com a beatificação de João Paulo II, a Igreja reconhece que ele procurava praticar as virtudes cristãs em grau heroico e que seguia os conselhos evangélicos em tudo, inclusive nessas viagens.

E então, depois de tantas viagens, tantas peregrinações e caminhadas poderíamos, adaptando o que disse Isaías(Is 52,7), aplicar a João Paulo II o verso: "como são belos os pés do mensageiro que anuncia a paz. Como são belos os pés do mensageiro que anuncia o Senhor"

Ele anunciava o Senhor! Ele anunciava a Paz! A paz de Cristo! (JG)

Conheça as peregrinações do Santo Padre João Paulo II:

Peregrinações Jubilares e Viagens Apostólicas do Santo Padre João Paulo II

Fontes:

- www.vatican.va
- Rafael Navarro-Valls - O Mundo - 6.VI.03 - http://www.interrogantes.net

Frases de João Paulo II

A Liberdade deve basear-se na verdade

1 - "O verdadeiro conhecimento e autêntica liberdade encontram-se em Jesus. Deixai que Jesus sempre faça parte de vossa fome de verdade e justiça, e de vosso compromisso pelo bem-estar de vossos semelhantes".

2 - "A Revelação ensina que não pertence ao homem o poder de decidir o bem e o mal, mas somente a Deus. O homem é certamente livre, uma vez que pode compreender e acolher os mandamentos de Deus. E goza de uma liberdade bastante Papa Joao Paulo II_1_.jpgampla, já que pode comer «de todas as árvores do jardim». Mas esta liberdade não é ilimitada: deve deter-se diante da «árvore da ciência do bem e do mal», chamada que é a aceitar a lei moral que Deus dá ao homem. Na verdade, a liberdade do homem encontra a sua verdadeira e plena realização, precisamente nesta aceitação. Deus, que «só é bom», conhece perfeitamente o que é bom para o homem, e, devido ao seu mesmo amor, propõe-lo nos mandamentos."

3 - "Portanto, a lei de Deus não diminui e muito menos elimina a liberdade do homem, pelo contrário, garante-a e promove-a. Bem distintas se apresentam, porém, algumas tendências culturais hodiernas, que estão na origem de muitas orientações éticas que colocam no centro do seu pensamento um suposto conflito entre a liberdade e a lei. Tais são as doutrinas que atribuem a simples indivíduos ou a grupos sociais a faculdade de decidir o bem e o mal: a liberdade humana poderia «criar os valores», e gozaria de uma primazia sobre a verdade, até ao ponto de a própria verdade ser considerada uma criação da liberdade. Esta, portanto, reivindicaria tal autonomia moral, que, praticamente, significaria a sua soberania absoluta."

4 - "A liberdade, em todos seus aspectos, deve se basear na verdade. Quero repetir aqui as palavras de Jesus: "E a verdade vos libertará" (Jo 8,32).

5 - "Só a liberdade que se submete à Verdade conduz a pessoa humana a seu verdadeiro bem. O bem da pessoa consiste em estar na Verdade e em realizar a Verdade".(Veritatis Splendor)

O respeito à vida como fundamento de direitos

1 - "O respeito à vida é fundamento de qualquer outro direito, inclusive o da liberdade."

2 - "A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta desde o momento da concepção. A partir do primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos seus direitos de pessoa, entre os quais está o direito inviolável de todo ser inocente à vida".

3 - Qualquer ameaça contra o homem, contra a família e a nação me atinge. Ameaças que têm sempre sua origem em nossa fraqueza humana, na forma superficial de considerar a vida."

4 - Todo ser humano, desde sua concepção, tem direito de nascer, quer dizer, a viver sua própria vida. Não só o bem-estar, mas também, de certo modo, a própria existência da sociedade, depende da salvaguarda deste direito primordial.

5 - Se a criança por nascer tem negado este direito (à vida), será cada vez mais difícil reconhecer sem discriminações o mesmo direito a todos os seres humanos.

A Família como Igreja domestica

1 - A família está chamada a ser templo, ou seja, casa de oração: uma oração simples, cheia de esforço e de ternura. Uma oração que se faz vida, para que toda a vida se transforme em oração.

2 - Em uma família que reza não faltará nunca a consciência da própria vocação fundamental: a de ser um grande caminho de comunhão.

3 - O homem é essencialmente um ser social; com maior razão, pode-se dizer que é um ser "familiar".

4 - "O matrimônio e a família cristã edificam a Igreja. Os filhos são frutos preciosos do matrimônio."

5 - A família é "base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida".

6 - Que toda família do mundo possa repetir o que afirma o salmista: "Vede como é doce, como é agradável conviver os irmãos reunidos" (Sl 133, 1).

7 - Os pais têm direitos e responsabilidades específicas na educação e na formação de seus filhos nos valores morais, especialmente na difícil idade da adolescência. (Familiaris Consortio - Exortação Apostólica - 1981)

O homem e a necessidade de Deus

1.- "A pessoa humana tem uma necessidade que é ainda mais profunda, uma fome que é maior que aquela que o pão pode saciar -é a fome que possui o coração humano da imensidade de Deus".

2.- "A caridade procede de Deus, e tudo o que ele ama nasce de Deus e conhece a Deus... porque Deus é amor (1 Jo 4,7-9). Somente o que é construído sobre Deus, sobre o amor, é durável".

Uma só missão: anunciar Cristo, evangelizar

1 - "Como os Reis Magos, sede também vós peregrinos animados pelo desejo de encontrar o Messias e de adorá-lo! Papa Joao Paulo II_13_.jpgAnunciai com valentia que Cristo, morto e ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!"

2 - "Se quiserdes ser eficazes pregadores da Palavra, deveis ser homens de fé profunda, e ao mesmo tempo ouvintes atuantes da Palavra".

3 - "A Palavra de Deus é digna de todos vossos esforços. Abraçá-la em toda sua pureza e integridade, e difundi-la com o exemplo e a pregação, é uma grande missão. Esta é vossa missão hoje, amanhã e pelo resto de vossas vidas".

A verdadeira fonte da paz

1 - "Homens e mulheres do terceiro milênio! Dexai-me repetir: abri o coração a Cristo crucificado e ressuscitado, que vos oferece a paz! Onde entra Cristo ressuscitado, com Ele entra a verdadeira paz"

2 - "Neste tempo ameaçado pela violência, pelo ódio e pela guerra, testemunhai que Ele (Jesus), e somente Ele, pode dar a verdadeira paz ao coração do homem, às famílias e aos povos da terra. Esforçai-vos em buscar e promover a paz, a justiça e a fraternidade. E não esqueçais da palavra do Evangelho: «Bem-aventurados os que trabalham pela paz, porque eles serão chamados filhos de Deus» (Mt 5,9)."

3 - " A verdadeira reconciliação entre homens em conflito e em inimizade só é possível, se se deixam reconciliar ao mesmo tempo com Deus"

Sobre os jovens, para os jovens

1 - "A Igreja os vê com confiança e espera que sejam o povo das bem-aventuranças! "Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo" (Mt 5, 13-14).

2 - "Não temam responder generosamente ao chamado do Senhor. Deixem que sua fé brilhe no mundo, que suas ações mostrem seu compromisso com a mensagem salvadora do Evangelho!"

3 - Como os Reis Magos, sejam também peregrinos animados pelo desejo de encontrar ao Messias e de adorá-lo! Anunciai com coragem que Cristo, morto e ressuscitado, é vencedor do mal e da morte!"

4 - "Queridos jovens, já sabeis que o cristianismo não é uma opinião e não consiste em palavras vãs. O cristianismo é Cristo! É uma Pessoa, é o que Vive! Encontrar a Jesus, amá-lo e fazê-lo amar: eis aquí a vocação cristã."

5 - "Queridos jovens, só Jesus conhece vosso coração, vossos desejos mais profundos. Só Éle, quem os amou até a morte, (Jn 13,1), é capaz de saciar vossas aspirações. Suas palavras de vida eterna, palavras que dão sentido à vida. Ninguém fora de Cristo poderá dar-vos a verdadeira felicidade."

6 - "Agora mais que nunca é urgente que sejais os "sentinelas da manhã", os vigias que anunciam a luz da alvorada e a nova primavera do Evangelho, da que já são vistas os brotos. A humanidade necessita imperiosamente do testemunho de jovens livres e valentes, que se atrevam a caminhar contra a corrente e a proclamar com força e entusiasmo a própria Fé em Deus, Senhor e Salvador." (Das Mensagens para a XVII Jornada Mundial da Juventude - julho de 2002.)

A cruz não é escândalo, é esperança

1 - "O sofrimento humano alcançou seu ápice na paixão de Cristo."

2 - "Onde surge a Cruz, vê-se o sinal de que chegou a Boa Notícia da salvação do homem mediante o amor. Onde se ergue a cruz, está o sinal de que foi iniciada a evangelização. A cruz se transforma também em símbolo de esperança. De instrumento de castigo, passa a ser imagem de vida nova, de um mundo novo".

3 - "A cruz, na qual se morre para viver; para viver em Deus e com Deus, para viver na verdade, na liberdade e no amor, para viver eternamente".

4 - "Na cruz de Cristo não apenas se cumpriu a redenção mediante o sofrimento, como o próprio sofrimento humano foi redimido." "A cruz de Cristo tornou-se uma fonte da qual brotam rios de água viva."

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Confiança, fragilidade e graça

1 - "Os verdadeiros discípulos de Cristo têm consciência de sua própria fragilidade. Por isto colocam toda sua confiança na graça de Deus que acolhem com coração indiviso, convencidos de que sem Ele não podem fazer nada (cfr Jo 15,5). O que os caracteriza e distingue do resto dos homens não são os talentos ou as disposições naturais. É sua firme determinação em caminhar sobre as pegadas de Jesus".

2 - "Sabei também vós, queridos amigos, que esta missão não é fácil. E que pode tornar-se até mesmo impossível, se contardes apenas com vós mesmos. Mas «o que é impossível para os homens, é possível para Deus» (Lc 18,27; 1,37)."

A Fé e a Razão

1.- "A fé e a razão (Fides et ratio) são como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade. Deus colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, definitivamente, de conhecê-lo para que, conhecendo-o e amando-o, possa alcançar também a plena verdade sobre si mesmo (cf. Ex 33, 18; Sl 27 [26], 8-9; 63 [62], 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2).

2 - O homem parece ter-se esquecido de que este é sempre chamado a voltar-se também para uma realidade que o transcende. Sem referência a esta, cada um fica ao sabor do livre arbítrio, e a sua condição de pessoa acaba por ser avaliada com critérios pragmáticos baseados essencialmente sobre o dado experimental, na errada convicção de que tudo deve ser dominado pela técnica. Foi assim que a razão, sob o peso de tanto saber, em vez de exprimir melhor a tensão para a verdade, curvou-se sobre si mesma, tornando-se incapaz, com o passar do tempo, de levantar o olhar para o alto e de ousar atingir a verdade do ser. A filosofia moderna, esquecendo-se de orientar a sua pesquisa para o ser, concentrou a própria investigação sobre o conhecimento humano. Em vez de se apoiar sobre a capacidade que o homem tem de conhecer a verdade, preferiu sublinhar as suas limitações e condicionalismos. (Fides et Ratio - setembro de 1998)

As Encíclicas do Servo de Deus João Paulo II

As Encíclicas escritas por ele já poderiam servir de parâmetro para compreendê-lo. Aqui está um resumo delas.

João Paulo II escreveu 14 Encíclicas. Tratando sempre de uma temática variada e importante, o Papa deu a cada uma delas uma atualidade inegável.

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Juntas, elas condensam os 27 anos de seu pontificado.

Aqui temos para nossos internautas um elenco dessas encíclicas e uma pequena indicação do assunto que cada uma delas trata.

Nosso intuito é que nessa homenagem que prestamos ao futuro Beato despertemos nos leitores o interesse em conhecer mais e melhor não só o pensamento de João Paulo II, mas também sua espiritualidade bem como suas cogitações em ocasiões distintas de seu pontificado.

1- Já em 1979, em 4 de março, ele publicava sua primeira encíclica, a "Redemptor Hominis" (Redentor dos Homens). Ela delineava o programa do pontificado do novo Papa e oferecia à comunidade dos batizados uma eclesiologia centralizada em Nosso Senhor Jesus Cristo.

2- A segunda das Encíclicas de João Paulo II tratava de Deus Pai. Mostrava-O enquanto sendo um Pai amoroso e cheio de misericórdia. Ela foi escrita em 1980 e ficou conhecida como "Dives in Misericordia" (Rico em Misericórdia). RAZÃO PELA QUAL ESTE BLOG FOI CRIADO, E PARA QUAL É DIRECIONADO. NOSSA HOMENAGEM A ESTE GRANDE HOMEM, SANTO DE DEUS, JOÃO PAULO II... (HANNA)

3- Depois de seis anos, 1986, João Paulo II escreveu a Encíclica "Dominum et Vivificantem" em que ele discorria sobre o Espírito Santo.

Com ela, o Papa encerrava um primeiro núcleo de encíclicas. Ela se juntava às duas encíclicas anteriores e com elas completava um périplo cuja temática dizia respeito à Santíssima Trindade.

A este primeiro núcleo de Encíclicas seguiu-se um outro que tratava da doutrina social da Igreja. Elas foram escritas ao longo de dez anos (1981 a 1991) e compreendem as Encíclicas conhecidas com "Laborem Exercens", "Sollicitudo Rei Socialis" e "Centesimus Annus".

4- A "Laborem Exercens" é dedicada ao significado do trabalho humano que nunca deve ser reduzido a uma mera mercadoria, porque ele é fundamentado na dignidade da pessoa humana. Ela aponta a prioridade que os trabalhadores têm sobre o capital e recusa o coletivismo da propriedade e os abusos existentes no capitalismo.

5- A "Sollicitudo Rei Socialis"(1988) convida os fiéis a fazerem uma leitura teológica dos problemas modernos. Nela, o Papa procura salientar e promover, diante de todos, o carácter e os aspectos morais existentes no desenvolvimento social. Ele aponta remédios para a solução do problema da pobreza e do terrorismo que crescem no planeta.

6- A "Centesimus Annus" é a terceira encíclica deste conjunto. Ela foi escrita em 1991 quando, em muitos países, o comunismo se desmoronava e seu fracasso tornava-se evidente.

Com essa Encíclica, João Paulo II procurava responder ao grande desafio da mudança das estruturas mundiais num ambiente social e econômico tido como pós-comunista.

7- Em 1985 foi escrita a Encíclica "Slavorum apostoli" (Apóstolos dos Eslavos). Ela é inteiramente dedicada a dois irmãos santos: São Cirilo e São Metódio. Eles foram os apóstolos de grande parte dos povos que habitam o leste europeu.

Convertendo e catequizando os povos eslavos eles favoreceram o estabelecimento ali de uma cultura influenciada pela Igreja. Da ação deles nasceu uma civilização que ofereceu um contributo determinante para a formação das raízes comuns da Europa.

8- "O dogma da maternidade divina de Maria foi para o Concílio de Éfeso e é para a Igreja como um selo do dogma da Encarnação no qual o Verbo assume realmente na unidade de sua pessoa a natureza humana sem anulá-la" (RM- nº4)

"A missão maternal de Maria [junto] aos homens, de nenhuma maneira escurece nem diminui a única mediação de Cristo, pelo contrário, mostra sua eficácia. Esta função maternal brota, segundo o privilégio de Deus, da sobreabundância dos méritos de Cristo... dela depende totalmente e da mesma estrai toda a sua virtude." (RM-nº 228)

Estes dois trechos acima transcritos fazem parte da Encíclica "Redemptoris Mater", A Mãe do Redentor, que foi escrita em 1987. Ela é uma reflexão sobre o caminho de fé de Nossa Senhora, segundo as Escrituras e os documentos conciliares, a partir do canto mariano do Magnificat.

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9- Vinte e cinco anos depois que o Concílio Ecumênico Vaticano II foi encerrado e que Paulo VI tinha escrito a Encíclica "Evangelii nuntiandi", João Paulo II escreveu, em 1990, a "Redemptoris Missio" (A Missão do Redentor). Nela o Papa reafirma enfaticamente a validade perene do mandato missionário da Igreja.

O que esta encíclica traz de novo é a importância dada às novas Igrejas estabelecidas em terras de pagãos e na ênfase missionária junto aos não cristãos.

10- "Só a liberdade que se submete à Verdade conduz a pessoa humana a seu verdadeiro bem. O bem da pessoa consiste em estar na Verdade e em realizar a Verdade".

Este trecho pertence à Encíclica "Veritatis Splendor" (Esplendor da Verdade) que é de 1993. Nela, o Papa sustenta a ideia de que os cristãos têm o dever de seguir os ensinamentos morais da Igreja: eles refulgem a verdade.

Para além das boas intenções e das consequências dos atos praticados, existem comportamentos que são objetivamente maus. Por exemplo, a utilização de contraceptivos. A obediência aos mandamentos da Lei de Deus é a base indispensável para que toda convivência social seja respeitadora dos direitos da pessoa humana.

Nessa Encíclica João Paulo II indica a posição que deve ser tomada pelos fiéis, depois de constatar que os critérios de juízo dos crentes se apresentam no âmbito de uma cultura amplamente descristianizada e, portanto, relativizada e ou mesmo em oposição aos ensinamentos morais do Evangelho.

11- Em 1995 o Papa, depois de constatar a crescente relativização moral no mundo e também entre católicos, entendeu que deveria fazer um apelo mundial em defesa da vida. Foi, então, que João Paulo II escreveu, em hora oportuna, a Encíclica "Evangelium Vitae" (Evangelho da Vida), um apelo mundial a uma nova cultura de vida.

Partindo de graves problemas morais como o aborto ou a eutanásia, a pena de morte ou a genética, pede e empenha para que haja uma estratégia internacional em defesa da vida humana, um empenho a ser seguido não só pelos católicos, mas por todos.

A "Evangelium Vitae" defende a obediência de consciência contra leis imorais. Renova também a condenação radical ao aborto e aponta uma lista de cúmplices da mulher que pratica o aborto: o parceiro, os médicos e os legisladores.

12 - Em 1995 João Paulo escreveu ainda outra Encíclica: a "Ut unum sint". Nela, é colocada como nota tônica a procura da unidade que deve ser perseguida pelos cristãos.

A todas as igrejas, o Papa recorda o amor e o respeito pela Igreja Católica Romana. O Papa afirma ter consciência de ser, por mandato de Deus, "sinal visível e garantia de unidade". Lembra que se os bispos são legítimos porque são sucessores dos apóstolos, o Bispo de Roma é sucessor de São Pedro que Jesus designou para guia de sua Igreja.

13- A "Fides et Ratio" (Fé e Razão) é de 1998 defende uma filosofia forte que não deixe de procurar respostas a perguntas autenticas e legítimas. Exalta a razão humana por suas capacidades especulativas que a tornam capazes de tocar o Absoluto.

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"A fé e a razão (Fides et ratio) são como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade. Deus colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, definitivamente, de conhecê-lo para que, conhecendo-o e amando-o, possa alcançar também a plena verdade sobre si mesmo (cf. Ex 33, 18; Sl 27 [26], 8-9; 63 [62], 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2).

Essa Encíclica ---foi fruto de um trabalho de doze anos--- condena varias correntes filosóficas que pululam em vários ambientes, inclusive católicos, e convida seus seguidores a abandonar os frágeis caminhos por onde enveredaram, chamando-os de volta ao caminho original.

14- Em 2003 o Papa João Paulo II escreveu sua última Encíclica, a "Ecclesia de Eucaristhia"onde reafirma a centralidade do sacramento da Eucaristia na vida da Igreja:

"O culto eucarístico brota do amor e serve ao amor, para o qual todos nós somos chamados em Cristo Jesus. E fruto vivo desse mesmo culto é o aperfeiçoamento da imagem de Deus que trazemos em nós, imagem que corresponde àquela que Cristo nos revelou. Tornando-nos assim "adoradores do Pai em espírito e verdade", nós amadurecemos numa cada vez mais plena união com Cristo, estamos mais unidos a Ele".

Nessa Encíclica, o Santo Padre denuncia abusos, como, por exemplo, a intercomunhão. Ele reitera que a eucaristia não é apenas uma recordação de um fato e um convívio mas um sacrifício que todos os dias se renova.

Só o padre deve celebrar Missa e recitar a oração eucarística. Para comungar, relembra o Papa, é preciso estar em estado de graça, ou seja, tendo a alma limpa pelo sacramento da confissão.(JG)

BEATO JOÃO DE DEUS


A Santa Igreja acaba de dar aos católicos e ao mundo todo um exemplo de vida a ser seguido.

O Papa Bento XVI reconheceu, "urbi et orbe", que seu predecessor João Paulo II é um Bem-aventurado e que levou uma vida digna de ser imitada, praticando todas as virtudes cristãs em grau heroico.

A figura moral desse Papa que governou a Igreja por quase três décadas e que a ela dedicou o melhor de sua vida, agora é, mais do que nunca, digna de memória.

Ele entra para a história da humanidade como tendo combatido o bom combate e recebido já o prêmio da eterna glória.


O que vem a ser uma Beatificação?


Canonizar é incluir, colocar o nome de alguém na lista oficial (Cânone) daqueles que a Igreja considera como santos.

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Há santos que estão no Céu e já foram canonizados e há santos que estão no Céu, mas que sobre eles não houve ainda um pronunciamento oficial da Igreja. Seus nomes ainda não foram postos oficialmente na lista dos santos da Igreja.

Portanto, canonizar não é criar um santo, fazer alguém "virar" santo. E isto, simplesmente, porque esse alguém já era santo desde que morreu. Apenas não foi considerado pela Igreja como tal. Após a canonização, o Santo pode receber, de toda a Igreja, uma veneração pública e universal.

E a beatificação. O que vem a ser uma Beatificação?

É o reconhecimento oficial que a Igreja faz de que uma pessoa encontra-se no Paraíso, em estado de beatitude, podendo interceder por aqueles que, em oração, recorrem a ela. Ela passa a ser considerada um Beato. (Beato vem do latim beatus e significa abençoado.)

A Beatificação é, pois, uma das etapas existentes no processo que deve culminar com a declaração da santidade de alguém, feita pelo Papa, para todos os fiéis.

Existe uma etapa anterior à Beatificação que também faz parte desse processo que é rigoroso e, na maioria das vezes, longo: Servo de Deus. Nessa primeira etapa deve ser provada pelas investigações que o candidato à beatificação praticou em grau heroico todas as virtudes cristãs.

O candidato ao ser canonização recebe automaticamente o título de Servo de Deus, assim que é a Santa Sé concede licença para a abertura do chamado Processo de Canonização.

Em outros tempos o procedimento de declaração de santidade de uma alma era diferente: havia aclamação dos fiéis. Este método durou até o século XII. A partir de então, foram criadas normas que regularizaram a declaração de santidade de alguém e o Papa tomou sobre si o controle das canonizações. Essas normas foram ficando cada vez mais rigorosas.

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Quando o Papa João Paulo II for beatificado no próximo dia primeiro de maio, seu processo terá percorrido a etapa inicial e caminha para seu desfecho na canonização.

Para chegar à Beatificação é necessário que um milagre, alcançado através da intercessão do candidato à beatificação, seja reconhecido pela Igreja. Só valem milagres acontecidos após a morte do Beato.

Para os mártires não se exige nenhum milagre, o processo é mais simples. Basta provar que morreram pela Fé. O derramamento do seu sangue vale por muitos milagres.

João Paulo II já tem um milagre atribuído à intercessão dele. E, quem já fez um, pode fazer outros mais...

A melhor lição que recebemos dos santos, canonizados ou não, é o exemplo de vida e o amor a Deus que nos mostram quando seguem os conselhos do evangelho: "Sede santos como vosso Pai é santo!" (1 Ts 4.3) (JG)

Bispo espanhol recorda João Paulo como "testemunha da misericórdia"

O Bispo de San Sebastián (Espanha), Dom José Ignacio Munilla Aguirre, recordou o Beato João Paulo como uma grande "testemunha da misericórdia".

O Prelado ressaltou que a data de beatificação do Papa Wojtyla, 1º de maio, coincide com o segundo domingo de Páscoa, solenidade da Divina Misericórdia. "Trata-se da festa litúrgica instituída por ele mesmo, e em cuja véspera faleceu", recordou.

Dom Munilla sublinhou que o testemunho de velhice e morte do Papa Wojtyla "vividos ante os olhos do mundo", foi o "broche de ouro na vida de João Paulo", e considerou que "ganhou mais almas e mais corações vivendo sua debilidade e sua decrepitude em pleno abandono nas mãos de Deus, que com todos os esforços que realizou em seus anos de plenitude".

O bispo destacou que o Pontificado do Servo de Deus ofereceu uma acertada "integração de duas instituições que nossa cultura esteve acostumada a contrapor equivocadamente: o humanismo e a abertura à misericórdia de Deus".

"O humanismo jamais deve cair na ingenuidade de elogiar a autonomia do homem até o ponto de fazer desnecessária a graça de Deus, Não podemos alcançar a felicidade nem a salvação sem a graça de Jesus Cristo!", recordou o Prelado.

"Seu carisma estava cheio de frescura, alegria, proximidade, diálogo, carinho, otimismo; mas sem cair no engano de esquecer a profunda ferida que o pecado infligiu na natureza humana e nas estruturas sociais", indicou.

Durante seu Pontificado, João Paulo conseguiu fazer que a Igreja não se limitasse "a proclamar o depósito da fé", mas ao mesmo tempo fizesse o "esforço de diálogo com o mundo". Para Dom Munilla, este foi o segredo de sua pronta beatificação.

João Paulo II defendeu autêntica dignidade do ser humano: Missa de ação de graças pela beatificação


Ao presidir a Missa de ação de graças pela beatificação do Papa Wojtyla, o Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, assinalou esta manhã que o Beato João Paulo defendeu sempre a dignidade de todo ser humano porque foi um verdadeiro homem de Deus.

Na Eucaristia celebrada às 10:30h. (hora local) na Praça de São Pedro perante centenas de milhares de fiéis, o Cardeal recordou que "o diálogo de amor entre Cristo e o ser humano caracterizou toda a vida de Karol Wojtyla".

"Todos recordamos que no dia do funeral houve um momento em que o vento fechou as páginas do Evangelho colocado no ataúde. Era como se o vento do Espírito queria marcar o final da aventura humana e espiritual de Karol Wojtyla, iluminada pelo Evangelho de Cristo".

"Com este Livro, descobria o plano de Deus para a humanidade, para sua pessoa, mas também aprendia como era Cristo, seu rosto, seu amor, que para Karol sempre foi uma chamada à responsabilidade".

Seguidamente o Cardeal destacou que João Paulo "era um homem de fé, um homem de Deus. Sua vida era uma oração constante, que abraçava com amor a todos os habitantes de nosso planeta, criados à imagem e semelhança de Deus, e por isso dignos do maior respeito; redimidos pela morte e ressurreição de Cristo, e por isso convertidos realmente em glória vivente de Deus".

"Graças à fé, que se expressava sobre tudo na oração, João Paulo foi um verdadeiro defensor da dignidade de todo ser humano e não um mero lutador por ideologias políticas e sociais".

"Mas sua oração também era uma constante intercessão por toda a família humana, pela Igreja, por cada comunidade de crentes em toda a terra. Não surgia daqui, –da oração, da oração vinculada a tantos fatos dolorosos próprios e alheios –, sua preocupação pela paz no mundo, pela convivência pacífica dos povos e as nações?"

Hoje, continuou o Cardeal Bertone, "damos as graças ao Senhor por ter-nos dado um Pastor como ele. Um Pastor que sabia ler os sinais da presença de Deus na história humana e anunciava depois suas grandes obras em todo mundo, em todas as línguas. Um Pastor que tinha enraizado dentro de si o sentido da missão, do compromisso da evangelização, de anunciar a Palavra de Deus em qualquer parte".

"Hoje damos graças ao Senhor por haver-nos dado uma Testemunha como ele, tão acreditável, tão transparente, que nos ensinou como devemos viver a fé e defender os valores cristãos, começando pela vida, sem complexos, sem medo; como devemos testemunhar a fé com valentia e coerência, testemunhando as Bem-aventuranças na experiência cotidiana".

O Secretário de estado alentou logo a dar graças a Deus por "ter-nos dado um Papa que soube dar à Igreja Católica não só uma projeção universal e uma autoridade moral universal nunca antes conhecidas, mas também, especialmente com a celebração do Grande Jubileu do ano 2000, uma visão mais espiritual, mais bíblica, mais centrada na palavra de Deus".

"Um Igreja que soube renovar-se, impulsionar uma ‘nova evangelização’, intensificar os laços ecumênicos e interreligiosos, e também encontrar as vias de um diálogo frutífero com as novas gerações".

O Cardeal exortou também a agradecer ao Senhor "por dar-nos um santo como ele. Era um homem verdadeiro, porque estava inseparavelmente unido Àquele que é a Verdade. A sua era uma santidade vivida, sobre tudo nos últimos meses, nas últimas semanas, em plena fidelidade à missão que lhe foi confiada, até a morte".

"Sabia que sua debilidade corporal mostrava ainda mais claramente o Cristo que obra na história. E oferecendo seus sofrimentos a Ele e à sua Igreja deu a todos uma última e grande lição de humanidade e de abandono nos braços de Deus".

Finalmente o Secretário de estado convidou a cantar "um hino de glória ao Senhor pelo dom deste grande Papa: um homem de fé e oração, pastor e testemunha, guia na transição entre dois milênios" e agradeceu ao Papa Bento XVI "por ter querido elevar à glória dos altares seu grande predecessor".

A Eucaristia foi animada pelo Coro da diocese de Roma, com a participação do Coro Unido Polonês de Varsóvia e a Orquestra Sinfônica da Rádio Polonesa de Katowice.

A preparação começou às 9:30 a.m. com a leitura de poemas do Beato João Paulo, intercaladas com peças interpretadas pela orquestra e o coro. Antes da Santa Missa, o Cardeal Stanislaw Dziwisz, Arcebispo de Cracóvia, dirigiu umas palavras aos presentes.

No momento do ofertório seis pessoas apresentaram aos celebrantes um selo realizado pela agência de correios polonesa e o escritório de correio vaticano, um baixo-relevo da Associação da Misericórdia e um retrato do Beato João Paulo realizado pela Prefeitura de Zakopane.

O Vatican Information Service informou ademais que mais de 250 000 fiéis foram ontem à Basílica Vaticana para rezar ante os restos do novo beato. A Basílica permaneceu aberta até as 3:00h desta madrugada e voltou a abrir ao final da missa desta manhã.

Às 17:30h de hoje se reza o último Terço diante do féretro de João Paulo. Posteriormente se fechará a basílica e esta noite, com uma cerimônia privada, o féretro será colocado na Capela de São Sebastião, que se encontra ao lado da imagem da Piedade na Basílica de São Pedro.