terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MEU PAI É QUE VOS DÁ O PÃO DO CÉU.

(Jo 6, 32)



O Pai, fonte de Vida e de Amor, de todo o Amor, pois, Ele mesmo é Amor louco e apaixonado, é o Doador universal de tudo. É o Pai que nos dá o seu Verbo, o seu Filho que encarnou no seio da Virgem Maria, pela acção santificadora do Espírito. É o Pai que nos dá o Verbo feito Pão descido do Céu, feito alimento espiritual, feito fonte de vida para saciar a nossa fome de absoluto, de divino. A

Eucaristia, Ceia, Banquete, é dom do Pai. É Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Verbo do Pai feito Homem no seio da Senhora e, depois, feito Pão. O Jesus que comungamos é dom do Pai que quer saciar-nos da Vida que é o Filho, que quer alimentar-nos do Pão Vivo, que quer que comunguemos Aquele que permanece em nós e nós n’Ele, para que a nossa unidade com Jesus, que vem a nós, seja cada vez maior, mais profunda, mais íntima, que nos vá divinizando cada vez mais, que nos vá cristificando sem cessar.

Saborear o Pão do Céu, como alimento divino, como pão eucarístico é entrar no mistério central da fé, no mistério da fé, como dizemos em todas as Eucaristias. E a Eucaristia, como nos ensinou o Papa João Paulo II, tem três pólos: a celebração, a comunhão e o sacrário. Nos três pólos é sempre o Pão do Céu, como dom do Pai que está presente.

Há que descobrir esta maravilha, meditá-la, saboreá-la. Precisamos de nos extasiar com o milagre, embora lidemos de perto, com ele, cada dia. Extasiar-nos com a celebração que renova a Ceia do Cenáculo, que renova a Quinta-feira Santa. Extasiar-nos com a graça infinita de poder comungar, de comer o Pão do Céu, de nos alimentarmos de Jesus Vivo. Extasiar-nos diante do sacrário onde, no silêncio humilde e pobre, está Deus, está o Omnipotente no Pão Vivo, dom do Pai que é Amor.

O Pão que o Pai dá, sem cessar, cada a dia, em cada Eucaristia, para a vida do mundo, para que o mundo tenha vida e a tenha em abundância, para que a vida da graça, a vida da Trindade, no Pão Vivo, que é o Ressuscitado, vá sendo semente de um mundo novo, mais justo, mais fraterno, mais pacífico, mais digno, com menos ódios, menos guerras, menos crimes, menos injustiças, menos atentados à vida humana.

O dom do Pai, que é fonte de amor e de vida, será para cada família, manancial de comunhão, de harmonia, de paz, de serviço, de perdão, de contínua doação mútua. O dom do Pão do Céu é fonte de liberdade interior, de ressurreição permanente, de vida nova em nós e nos outros. O Pão do Céu, através do Qual chega ao nosso interior a vida de Deus, vai-nos transformando, vai fazendo corações novos, inteligências renovadas pelo poder divino que recebemos.

A união divina com a própria fonte nos dará a graça duma progressiva conversão, duma mudança radical que o Pão do Céu quer fazer em nós. Vamos sendo transformados n’Aquele que recebemos e Ele nos vai curando nossas feridas, nossos males, nossas fragilidades. O divino invade-nos e faz em nós santuário. Permanece em nós para nos fazer viver d’Ele e para Ele.

Por Cristo, com Cristo em Cristo. E divinizados pelo poder do alimento salvador, nós podemos ser transformadores da família, da paróquia, da igreja, do mundo. A fonte está sempre no alimento celeste, no Pão Vivo, dom precioso do Pai. Daqui nasce também o impulso apostólico, a fonte do serviço e da caridade, a força transformadora da vida. Daqui nascerão vidas divinizadas, fermento de graça, verdadeiro céu na terra. Tudo dom do Pai, o Deus que é Amor.