segunda-feira, 2 de maio de 2011

As Encíclicas do Servo de Deus João Paulo II

As Encíclicas escritas por ele já poderiam servir de parâmetro para compreendê-lo. Aqui está um resumo delas.

João Paulo II escreveu 14 Encíclicas. Tratando sempre de uma temática variada e importante, o Papa deu a cada uma delas uma atualidade inegável.

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Juntas, elas condensam os 27 anos de seu pontificado.

Aqui temos para nossos internautas um elenco dessas encíclicas e uma pequena indicação do assunto que cada uma delas trata.

Nosso intuito é que nessa homenagem que prestamos ao futuro Beato despertemos nos leitores o interesse em conhecer mais e melhor não só o pensamento de João Paulo II, mas também sua espiritualidade bem como suas cogitações em ocasiões distintas de seu pontificado.

1- Já em 1979, em 4 de março, ele publicava sua primeira encíclica, a "Redemptor Hominis" (Redentor dos Homens). Ela delineava o programa do pontificado do novo Papa e oferecia à comunidade dos batizados uma eclesiologia centralizada em Nosso Senhor Jesus Cristo.

2- A segunda das Encíclicas de João Paulo II tratava de Deus Pai. Mostrava-O enquanto sendo um Pai amoroso e cheio de misericórdia. Ela foi escrita em 1980 e ficou conhecida como "Dives in Misericordia" (Rico em Misericórdia). RAZÃO PELA QUAL ESTE BLOG FOI CRIADO, E PARA QUAL É DIRECIONADO. NOSSA HOMENAGEM A ESTE GRANDE HOMEM, SANTO DE DEUS, JOÃO PAULO II... (HANNA)

3- Depois de seis anos, 1986, João Paulo II escreveu a Encíclica "Dominum et Vivificantem" em que ele discorria sobre o Espírito Santo.

Com ela, o Papa encerrava um primeiro núcleo de encíclicas. Ela se juntava às duas encíclicas anteriores e com elas completava um périplo cuja temática dizia respeito à Santíssima Trindade.

A este primeiro núcleo de Encíclicas seguiu-se um outro que tratava da doutrina social da Igreja. Elas foram escritas ao longo de dez anos (1981 a 1991) e compreendem as Encíclicas conhecidas com "Laborem Exercens", "Sollicitudo Rei Socialis" e "Centesimus Annus".

4- A "Laborem Exercens" é dedicada ao significado do trabalho humano que nunca deve ser reduzido a uma mera mercadoria, porque ele é fundamentado na dignidade da pessoa humana. Ela aponta a prioridade que os trabalhadores têm sobre o capital e recusa o coletivismo da propriedade e os abusos existentes no capitalismo.

5- A "Sollicitudo Rei Socialis"(1988) convida os fiéis a fazerem uma leitura teológica dos problemas modernos. Nela, o Papa procura salientar e promover, diante de todos, o carácter e os aspectos morais existentes no desenvolvimento social. Ele aponta remédios para a solução do problema da pobreza e do terrorismo que crescem no planeta.

6- A "Centesimus Annus" é a terceira encíclica deste conjunto. Ela foi escrita em 1991 quando, em muitos países, o comunismo se desmoronava e seu fracasso tornava-se evidente.

Com essa Encíclica, João Paulo II procurava responder ao grande desafio da mudança das estruturas mundiais num ambiente social e econômico tido como pós-comunista.

7- Em 1985 foi escrita a Encíclica "Slavorum apostoli" (Apóstolos dos Eslavos). Ela é inteiramente dedicada a dois irmãos santos: São Cirilo e São Metódio. Eles foram os apóstolos de grande parte dos povos que habitam o leste europeu.

Convertendo e catequizando os povos eslavos eles favoreceram o estabelecimento ali de uma cultura influenciada pela Igreja. Da ação deles nasceu uma civilização que ofereceu um contributo determinante para a formação das raízes comuns da Europa.

8- "O dogma da maternidade divina de Maria foi para o Concílio de Éfeso e é para a Igreja como um selo do dogma da Encarnação no qual o Verbo assume realmente na unidade de sua pessoa a natureza humana sem anulá-la" (RM- nº4)

"A missão maternal de Maria [junto] aos homens, de nenhuma maneira escurece nem diminui a única mediação de Cristo, pelo contrário, mostra sua eficácia. Esta função maternal brota, segundo o privilégio de Deus, da sobreabundância dos méritos de Cristo... dela depende totalmente e da mesma estrai toda a sua virtude." (RM-nº 228)

Estes dois trechos acima transcritos fazem parte da Encíclica "Redemptoris Mater", A Mãe do Redentor, que foi escrita em 1987. Ela é uma reflexão sobre o caminho de fé de Nossa Senhora, segundo as Escrituras e os documentos conciliares, a partir do canto mariano do Magnificat.

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9- Vinte e cinco anos depois que o Concílio Ecumênico Vaticano II foi encerrado e que Paulo VI tinha escrito a Encíclica "Evangelii nuntiandi", João Paulo II escreveu, em 1990, a "Redemptoris Missio" (A Missão do Redentor). Nela o Papa reafirma enfaticamente a validade perene do mandato missionário da Igreja.

O que esta encíclica traz de novo é a importância dada às novas Igrejas estabelecidas em terras de pagãos e na ênfase missionária junto aos não cristãos.

10- "Só a liberdade que se submete à Verdade conduz a pessoa humana a seu verdadeiro bem. O bem da pessoa consiste em estar na Verdade e em realizar a Verdade".

Este trecho pertence à Encíclica "Veritatis Splendor" (Esplendor da Verdade) que é de 1993. Nela, o Papa sustenta a ideia de que os cristãos têm o dever de seguir os ensinamentos morais da Igreja: eles refulgem a verdade.

Para além das boas intenções e das consequências dos atos praticados, existem comportamentos que são objetivamente maus. Por exemplo, a utilização de contraceptivos. A obediência aos mandamentos da Lei de Deus é a base indispensável para que toda convivência social seja respeitadora dos direitos da pessoa humana.

Nessa Encíclica João Paulo II indica a posição que deve ser tomada pelos fiéis, depois de constatar que os critérios de juízo dos crentes se apresentam no âmbito de uma cultura amplamente descristianizada e, portanto, relativizada e ou mesmo em oposição aos ensinamentos morais do Evangelho.

11- Em 1995 o Papa, depois de constatar a crescente relativização moral no mundo e também entre católicos, entendeu que deveria fazer um apelo mundial em defesa da vida. Foi, então, que João Paulo II escreveu, em hora oportuna, a Encíclica "Evangelium Vitae" (Evangelho da Vida), um apelo mundial a uma nova cultura de vida.

Partindo de graves problemas morais como o aborto ou a eutanásia, a pena de morte ou a genética, pede e empenha para que haja uma estratégia internacional em defesa da vida humana, um empenho a ser seguido não só pelos católicos, mas por todos.

A "Evangelium Vitae" defende a obediência de consciência contra leis imorais. Renova também a condenação radical ao aborto e aponta uma lista de cúmplices da mulher que pratica o aborto: o parceiro, os médicos e os legisladores.

12 - Em 1995 João Paulo escreveu ainda outra Encíclica: a "Ut unum sint". Nela, é colocada como nota tônica a procura da unidade que deve ser perseguida pelos cristãos.

A todas as igrejas, o Papa recorda o amor e o respeito pela Igreja Católica Romana. O Papa afirma ter consciência de ser, por mandato de Deus, "sinal visível e garantia de unidade". Lembra que se os bispos são legítimos porque são sucessores dos apóstolos, o Bispo de Roma é sucessor de São Pedro que Jesus designou para guia de sua Igreja.

13- A "Fides et Ratio" (Fé e Razão) é de 1998 defende uma filosofia forte que não deixe de procurar respostas a perguntas autenticas e legítimas. Exalta a razão humana por suas capacidades especulativas que a tornam capazes de tocar o Absoluto.

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"A fé e a razão (Fides et ratio) são como as duas asas com as quais o espírito humano se eleva à contemplação da verdade. Deus colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, definitivamente, de conhecê-lo para que, conhecendo-o e amando-o, possa alcançar também a plena verdade sobre si mesmo (cf. Ex 33, 18; Sl 27 [26], 8-9; 63 [62], 2-3; Jo 14, 8; 1 Jo 3, 2).

Essa Encíclica ---foi fruto de um trabalho de doze anos--- condena varias correntes filosóficas que pululam em vários ambientes, inclusive católicos, e convida seus seguidores a abandonar os frágeis caminhos por onde enveredaram, chamando-os de volta ao caminho original.

14- Em 2003 o Papa João Paulo II escreveu sua última Encíclica, a "Ecclesia de Eucaristhia"onde reafirma a centralidade do sacramento da Eucaristia na vida da Igreja:

"O culto eucarístico brota do amor e serve ao amor, para o qual todos nós somos chamados em Cristo Jesus. E fruto vivo desse mesmo culto é o aperfeiçoamento da imagem de Deus que trazemos em nós, imagem que corresponde àquela que Cristo nos revelou. Tornando-nos assim "adoradores do Pai em espírito e verdade", nós amadurecemos numa cada vez mais plena união com Cristo, estamos mais unidos a Ele".

Nessa Encíclica, o Santo Padre denuncia abusos, como, por exemplo, a intercomunhão. Ele reitera que a eucaristia não é apenas uma recordação de um fato e um convívio mas um sacrifício que todos os dias se renova.

Só o padre deve celebrar Missa e recitar a oração eucarística. Para comungar, relembra o Papa, é preciso estar em estado de graça, ou seja, tendo a alma limpa pelo sacramento da confissão.(JG)

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